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Férias em Águas do Viana - II Ep.

quarta-feira, 23 de março de 2011

(Autor: Rodrigo Maia)

No episódio anterior:

Resolvi aproveitar minhas férias para sair fotografando, daí fui parar numa cidade chamada Águas do Viana. Lá encontrei a Aldeia Vila Verde com várias casinhas de telhado verde e várias lojinhas também. Entrei numa loja de artesanato, onde tinha vários objetos esculpidos de madeira, mas um me chamou atenção e resolvi me aproximar. Relutei para não chamar atenção, foi inútil...

Logo vi alguém de costas no fundo da lojinha e percebi que ele deu uma preparação para falar como se estivesse limpando a garganta, algo como um: "Grhaan.. Cof! Cof!" e vi ele dando aquela respirada para falar...

Episódio de Hoje:





Essa pessoa no fundo da loja parecia um idoso alto e de bom porte, com a cabeça branquinha sem nenhum fio para constratar, tinha também uma camiseta pólo, mas dava para perceber uma regata por baixo e usava também uma bermuda social. Tá bom, sei que é estranho, mas parecia uma calça social só que sem as partes que definem como bermuda.(risos) Tinha um óculos daqueles com cordinha na ponta do nariz e um grande relógio analógico de prata no pulso.

Pintando um balão de madeira de vermelho com listras pretas, ele deu aquela respirada e falou comigo com uma voz forte, porém cansada com um sotaque carioca: “Gôshtou do Burrifo?”

E logo me expressei: “Oi?
Ele me cortando, disse: “O quê?

Eu ri enquanto falava me virando para ele: “Não... é que não entendi o que o senhor falou.

Aquele senhor deu uma sopradinha no balão, subindo num tipo de banco com degraus acoplado nele me disse com um ar empolgado:
O Burrifo é um inseto raro, que acreditavam eshtar extinto, mash eu encontrei algunsh e fish uma réplica dele.” (haha, fish não é peixe, ele falou 'fiz' em carioquês..haha)

Descendo do banquinho, ele abaixou e dobrou rotacionando para cima de forma engenhosa os degraus para dentro do banco junto de um gemido:
Eii aiii...
Logo bateu as mãos uma na outra e depois batendo na beira das coxas, como se estivesse se limpando me disse: “Eu o encontrei nessa cidade!

Claro que fiquei desconfiado, afinal cidades de interior sempre inventam histórias para ter turismo, mas mesmo sabendo disso dei corda para aquele senhor dando dois curtos passos para frente: “Ah é? Como?

O velhinho tirando o óculos do nariz me fez uma pergunta:
[JIOONNNN ZUUMMM, FOOOUUUNNNN!]
Passou um ônibus bem na hora! Acredita? Fiquei sem jeito de perguntar o que ele disse, então respondi daquele jeito: “Nhaaa... Sácomu é né?

O velhinho riu comentando consigo mesmo olhando para baixo virando em minha direção: “Hehe, esses jovens..

E eu ali me perguntava: "...o que será que ele disse?"

Depois de virar, olhou para mim forçando a vista e sentou naquele banquinho engenhoso junto com aquele gemido “Eii aiii..” e em seguida continuou falando:
A Montanha Sagrada fica perto daqui, a entrada é do lado do Hadesh no bairro maish antigo da cidade, não sei o porquê, mash moram muitosh policiaish por lá. Hehe

Contava-me mostrando uma pintura da montanha. Admirei a altura da montanha e o elogiei pelo porte físico para a idade dele. Convenhamos, claro que não falei assim tão formal né? (risos) Elogiei meio que assim: “Até que o senhor não tá tão velho assim, pra agüentar uma subida dessas..” Ele tomou como um elogio e agradecendo (eu acho) com um sorriso, continuou a história:
Percebi um cheiro forte e goshtoso no meio de minha subida pela Montanha Sagrada. Procurei de onde vinha, achando que teria alguma moça perdida por lá, mash encontrei umash...

[FON FON!]

Aparece um carro branco com o rádio tocando bem grave tremendo a lataria. Estava cheio de gente lá dentro. Logo abaixaram o som e gritaram em direção a lojinha:
Amigooou! Onde fica Solar dos Lagos?

O velhinho se levantou bem devagar e foi até a porta dar informações.
Também não gosto de interrupções quando alguém está contando uma história. Fiquei impaciente e preocupado com o horário. Enquanto o velhinho dava informações, eu olhei as horas no meu celular pra ver se ainda tinha um tempinho para ficar ali.

Aquele senhorzinho voltou olhando para o chão com um sorriso e levantando a sombrancelhas em algumas palavras dizia: “Há muitash casash e belash mansõesh por lá... err.. onde eu eshtava?

Eu disse: "Você estava subindo a montanha e encontrou uma moça perdida lá.."

O Velhinho: "Aaaa... na verdade não era uma moça. O que encontrei foi parte de algo totalmente novo, como se exishtisse um mundo deshconhecido no nosso mundo. Tudo começou quando encontrei essash criaturinhash cheirosash..."


Episódios
1º Temporada - Contos da Aldeia Vila Verde: 

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