1 2 3 4

Rapidinhas | 0052

sábado, 31 de dezembro de 2011

Trechos do livro A Morte da Razão de Ravi Zacharias.
Um livro resposta ao livro do ateu Sam Harris, Carta a uma Nação Cristã:

(Pensamento de Harris criticando o lance de como Deus pode permitir certas atrocidades no mundo) "Não vejo nenhum sistema moral atuando no mundo, mas o que de fato vejo é moralmente condenável."


[...]

Se porém não existe Deus, quem tem autoridade para dizer se há alguma ordem moral atuando? Sam Harris? Adolf Hitler? Quem?

[...]

Se a asserção de Harris de que no mundo não se vê nenhuma ordem moral é verdadeira, podemos muito bem perguntar por que, então, Hitler não podia introduzir sua própria ordem. O que havia de errado no que ele fez? Com base em que parâmetro Harris acusa Hitler de imoral?

[...]

Vale a pena a leitura. :)

A moça do quarto 203 | A. V. 6

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

(Autor: Rodrigo Maia)

<< Episódio anterior



Cheguei pelo corredor escuro ao temível quarto 203.

Desconfiado, abri lentamente a porta. Vai saber né?
Acendi a luz e fiz um “grhum- grhum” com a garganta, para me certificar se havia alguém lá.
Senti o ar meio pesado...
Calma, sou alérgico, lembra?
O ar estava mofado e parecia que ninguém limpava lá há anos. Logo escutei um som de gota caindo, fui devagar para o banheiro e acendi a luz do banheiro como se o interruptor estivesse quente. Vi a torneira pingando e fechei-a. Se eu fosse você iria ver a torneira do seu banheiro agora.


Brincadeiras à parte ...

O mais interessante é que mesmo cético eu me pegava querendo acreditar em algo.

Bom, dei uma sopradinha nos móveis, empurrei a poeira com a mão e sentei na cama. Abri minha mochila, tirei as pilhas da minha câmera e coloquei na tomada pra carregar.
“Droga! Eles têm o interruptor novo aqui.. cadê o adaptador... hmmmm”

Depois troquei de roupa, coloquei o celular em cima do criado, peguei meu diário de bordo pra escrever tudo isso que estou escrevendo e me deitei com as mãos atrás da cabeça. Comecei a lembrar da caminhada que tive pra chegar até aqui no hotel. Foi bem interessante. Fiquei rindo internamente e pensei nas coisas que vi e ouvi: “Ai, ai... Até parece!”... ATCHIM!

É, o ar estava realmente com cheiro de mofo. Logo peguei no sono e tive um sonho.


...


O Sonho


Comecei a sonhar. Parecia manhã. Abri meus olhos e tudo estava bem claro e embaçado, até que foi tomando forma. Logo senti cheiro de água com sal, aquele cheiro que sentimos quando vamos para o litoral. É um ar diferente. Sentei-me num chão que era de madeira e rangia muito. Percebi que o chão estava balançando bem lentamente. Logo entendi que estava num navio.
Era um navio bem rústico, mas infelizmente não me lembro de muitos detalhes. No navio havia uns insetos que nunca tinha visto. Lembrava um pouco uma joaninha com alguns detalhes a mais nas costas. Nos seus olhos tinha um tipo de pedra com oito lados que também nunca vi; um verde meio fosco, mas alguns cantos da pedra brilhavam como se não fosse fosco.

Fiquei olhando para os insetos e o som deles estava aumentando gradativamente, tinha insetos andando e voando, era como o som do bater de asas dos pardais quando disparam a voar do nada, um som de metais pequenos batendo no chão, como perninhas de insetos e tive a impressão de ouvir uns pequenos gemidos como de morcegos dentro de uma caverna.
Saquei minha câmera e comecei a tirar fotos desses insetos naquele navio rústico. De repente uma neblina de cor rosa ou roxo (não me lembro) tomou conta do navio.

E ouvi um outro som no meio da neblina. Olhei para a janelinha do convés e vi que parecia ser uma bela moça que estava lá. Ela parecia me pedir ajuda. Não lembro suas palavras, mas ela estava tão longe de mim que parecia sussurrar em meu ouvido. Era como um sussurro junto de eco misturado com os sons dos insetos. Comecei a imaginar no porque dela estar pedindo ajuda.

Bom, deixa eu abrir um parênteses aqui. Toda vez que sonho e começo a pensar no sonho, o meu pensamento logo vira real. Bom, essa é a explicação que me dei no fim deste sonho.

Voltando...

Pensei: “Será que ela se escondeu de algum monstro marinho gigante?”
Puxa pra quê, né? Quando pensei nisso no meio do nevoeiro eu vi um enorme vulto vindo de trás do navio, atrás do convés. O vulto foi ficando nítido e vi que era uma grande boca de um tipo de monstro marinho. O monstro foi se aproximando e o navio foi entrando em sua boca junto com todos. Eu gritei, mas não saía som. Corri, mas era em câmera lenta, mas parecia que estava no mesmo lugar sempre. Tudo foi escurecendo, olhei para cima e via a boca do monstro nos cobrindo... “Preciso sair daqui! Preciso sair daqui! Preciso sair daquiiiiii!”

...


Acordei! Ufa! Com os olhos arregalados, olhando pro teto escuro do quarto 203, me conformava por pensamento: “Foi um sonho? Ééé.. foi um sonho.. que bom.”

Fui cerrando os olhos de novo, mas não cerrei totalmente porque eu estava olhando para um feixe de luz roxo no teto e meus olhos focaram em umas poeirinhas luminosas meio rosa na frente do feixe de luz. A poeirinha e o feixe de luz tinham um trajeto em comum, fui olhando pra ver de onde vinham e vi que vinham da minha cama, ou melhor, debaixo dela (pelo menos o feixe de luz eu tinha mais certeza).

Imaginei que fosse o celular, então me inclinei para ver em baixo da cama o que era aquela luz. Quando comecei inclinar escutei um sussurro bem próximo e sem ecos me dizendo: “Vai me ajudar?”

Mano! Foi aí que dei um grito e saí correndo com o lençol que me cobria pro corredor. Não sei como abri a porta tão rápido. Ainda meio cético, fui olhar na fechadura pensando que deve ser coisa da minha cabeça. Olhei na fechadura e ouvi um som de porta batendo vindo debaixo da cama, ao mesmo tempo que a porta bateu, a luz se acabou. Levei um susto mais discreto e me virei, encostando-me na parede do corredor. Pensei em chamar alguém do hotel, mas meu orgulho falou mais alto e resolvi entrar no quarto novamente.
Quando entrei vi meu celular no chão aceso. Aí aliviei... “Poxa, tô cansado mesmo... Era apenas o meu celular no chão.”

Bom, a partir daí dormi mais tranquilo.




Fui acordando no dia seguinte ao som de pássaros, cavalos andando na rua, sino da Maria Fumaça junto de sua sirene nada escandalosa. E acordando fui falando com a voz meio grogue: “Era só o celular no chão... celular no chão...”

Rapidamente me levantei assustado e não lembro se disse ou se pensei: “O quê? Eu deixei o celular em cima do criado!” Confuso fiquei pensando: “Ah não... isso é demais!”

Peguei minhas coisas para cair fora dali... “Até onde vai o bom senso dessas pessoas para manter o turismo?”

Fui socando as coisas na minha mochila, quando parei para olhar para janela. Vi algo que nunca tinha visto na minha vida, assim pessoalmente. Estava tão fácil assim na frente da minha janela algo tão belo e raro.

Continua...

--

Episódios
1º Temporada - Contos da Aldeia Vila Verde: 

Ep. 6: A moça do quarto 203 << Você está aqui




Fotos de Águas do Viana


Rapidinhas | 0051

Tudo que existe, existe. Não criamos nada do nada, pq sempre usamos referências.
A base dessas referências que me intriga. (Rodrigo Maia)

Veja o debate de C.S. Lewis e J. R. R. Tolkien sobre Mitos e Mentiras.

Sugestão Maia | Rapidinhas 0050

domingo, 25 de dezembro de 2011


O ministério da teologia adverte:
Não faça teologia a partir de ilustrações ou alegorias, pois podem sugerir sérias interpretações errôneas, hereges e/ou contraditórias a Bíblia.



Rapidinhas | 0049

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Dizem para sonhar com os pés no chão.
Acho que quem diz isso tem medo de voar.


Como você quer o seu mundo?

domingo, 18 de dezembro de 2011

Se eu quiser um mundo sem Deus, Ele me dará esse mundo¹ no fim dessa vida.

Lembre-se que Ele te tornará responsável por sua decisão.

Se vc não sabe do que estou falando, então Ele me tornará responsável por não tê-lo avisado. E ambos estaremos debaixo da condenação.

A diferença é que mesmo culpado, alguém vai me absolver no julgamento.

Vc que escolheu um mundo sem Deus, não será absolvido automaticamente partindo do pressuposto de que Deus é amor. Deus é justiça tbm e o padrão dele é bem alto.

Se vc nunca mentiu,
nunca roubou,
nunca desejou aquela gata do outro cara,
nunca teve inveja, desejou o mal, matou ou violentou,
nunca desrespeitou,
nunca deixou de ter relacionamento com Deus,
nunca deixou de amar o próximo como a ti mesmo incluindo seu inimigo,
nunca defraudou alguma pessoa oferecendo um beijinho ou sexo só pra te satisfazer,
nunca idolatrou algo a ponto de ser seu motivo de prazer ou alegria,
nunca usou o nome de Deus no lugar de alguma palavra torpe vulgo palavrão e outras coisas semelhantes,
ou se vc nunca cometeu tudo isso que citei até mesmo por pensamentos, então pode ser que vc não seja culpado por Deus no fim. Pode ser que vc mereça morar com Ele no paraíso.

Padrão alto né?

Larga a mão disso que vc chama de livre-arbítrio² e entregue-se aos cuidados de quem sabe como te consertar e controlar suas decisões.

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

Dica: Ele também não deixará entrar no paraíso alguém que nunca trocou uma ideia com Ele né. No mínimo óbvio.

Deus amou o mundo tanto, que deu seu único filho para que todo aquele que nele crê, não morra eternamente (mundo sem Deus), mas que tenham a vida eterna.

Ele é o único caminho³, a verdade e a vida. Ninguém pode chegar a Deus a não ser por Jesus.
Tá entendendo que não precisa fazer nenhum sacrifício ou promessa para garantir sua salvação?

Está pago!
O que vc decidirá fazer com essa informação que vc leu? Qual será o mundo perfeito para você?

Lembre-se, o que vc decidir definirá seu destino eternamente e será usado contra ou a favor na hora do julgamento.

--

Notas


¹ Sobre o 'mundo sem Deus', é o mesmo que inferno ou morte eterna. Claro que Deus é onipresente e não há canto algum em que ele não esteja. Pois no inferno estará presente a ira de Deus, mas não estará suas benevolências ou virtudes.


² Livre-arbítrio pode ser um termo mal interpretado. Se for a capacidade do homem sozinho descobrir que tem que voltar para Deus e assim dizer no fim que foi ele próprio que teve o querer quanto o realizar, creio estar equivocado o sentido. Mas se livre-arbítrio for algo como a responsabilidade humana no mundo, creio estar certo, pois a bíblia não tem medo de afirmar a soberania de Deus ao mesmo tempo da responsabilidade do homem. Exemplo:

Responsabilidade humana: 
"Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste!
Mateus 23:37"


Soberania de Deus: 
"E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido.
João 6:65"



³ Jesus é o único caminho, não é um dos caminhos. Alguém que diz que todos os caminhos levam a Deus e que nenhuma religião sabe exatamente como Deus é, onde todas estão certas em alguns aspectos é um argumento falso por si só, pois como alguém pode afirmar a verdade ser relativa com um tom de verdade absoluta? Se há uma verdade realmente absoluta, então todas as variações dela não podem ser consideradas verdades. Quem está mentindo nessa história?


PS. Essas são notas bem simples para leigos no cristianismo protestante, vc que entende de teologia complemente suas idéias com sensatez de forma que não seja uma neblina para esses leigos. Tenha sabedoria em saber quem pode estar lendo seus comentários. Tudo aqui pode ter valor eterno.
E se tiver alguém que manja de português, me avise dos erros cometidos. :)

Rapidinhas | 0048

Quem lembra?






















Foto de Kati 
Diagramação de Rodrigo Maia

A mensagem subliminar de Som do Porão

terça-feira, 13 de dezembro de 2011


Meu TCC foi uma revista eletrônica tutorial de teoria musical. Usei metáforas para ajudar um leigo em música  a se interessar mais pelo assunto e se divertir brincando nesse game educativo. Espero colocá-lo em breve na internet. Aqui vai um trechinho da minha monografia. :]

Este projeto usa certas metáforas, como por exemplo:
O porão representa o mundo com várias coisas velhas guardadas, ou coisas antigas que precisam ser exploradas para usá-la de forma original e extrair o melhor de seu desempenho entendendo o seu propósito. A música é algo que sempre esteve conosco, desde os mais primórdios dos tempos. É preciso analisar o lado de dentro do porão para organizar os conceitos e as pré-noções de música adormecidas na mente de um leigo.

Mas para isso é preciso enfrentar o porão, onde está cheio de objetos confusos, mal interpretados e objetos quebrados. Algo se perdeu por lá e é preciso que seja encontrado ou redescoberto e organizado para aproveitar e usá-lo para o seu real objetivo.
Quanto mais o porão se explora, mais vontade de organizá-lo aparece. Há um senso que nos avisa que qualquer coisa quando organizada fica bom. É como o senso da moral, ou seja, a noção do que é certo ou errado, organizado ou desorganizado gravado na consciência da humanidade, um senso que é vindo de algo desconhecido.
Por algum mistério o cérebro tende a organizar coisas, como formas, cores, sons e outras coisas. Este fenômeno pode ser exemplificado com a lei da Gestalt do Fechamento, de forma bem simplista prova a tendência do cérebro organizar as coisas.

O Fator de fechamento é importante para a formação de unidades. As forças de organização da forma dirigem-se espontaneamente para uma ordem espacial que tende para a formação de unidades em todos fechados.

Em outras palavras, obtém-se a sensação de fechamento visual da forma pela continuidade numa ordem estrutural definida, ou seja, por meio de agrupamento de elementos de maneira a constituri uma figura total mais fechada ou mais completa.


Importante não confundir a sensação de fechamento sensorial, de que trata a lei da Gestalt com o fechamento físico, contorno dos elementos dos objetos, presente em praticamente todas as formas dos produtos.
(Gomes, pg. 32 – 2004)

Alguns objetos ajudam a deduzir de quem seja o porão e o que esses objetos que já estavam lá revelam dessa pessoa. Tudo isso cria especulações de quem é o porão e o que o usuário deve esperar encontrar, pois esse é o propósito e objetivo do usuário.




Exemplo de fechamento


GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. São Paulo: Escrituras Editora, 2004.


A real cegueira

domingo, 4 de dezembro de 2011

Caminhando pela rua, Jesus viu um homem cego de nascença. Seus discípulos perguntaram: "Rabi, quem pecou: este homem ou seu pais, para que ele nascesse cego?".

Jesus disse: "Vocês estão fazendo a pergunta errada, procurando a quem culpar. Não há nenhuma relação de causa e efeito aqui. Em vez disso, olhem para o que Deus pode fazer. Precisamos trabalhar com energia por aquele que me enviou, enquanto o Sol está brilhando. Quando a noite chega, o expediente acaba. Mas enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.

Dito isso, ele cuspiu no chão, fez uma mistura de barro com a saliva, esfregou a mistura nos olhos do cego e disse: "Vá! Lave-se no tanque de Siloé". (Siloé significa "Enviado".)

O homem foi, lavou-se - e passou a enxergar.

Momentos depois a cidade estava em alvoroço. Os parentes do homem e aqueles que anos após ano o conheciam como um mendigo cego, perguntavam: "Esse não é o homem que conhecemos, que se sentava aqui e mendigava?".

Outros diziam: "É ele mesmo!"

Mas alguns duvidavam: "Não pode ser o mesmo homem, de jeito nenhum! É só alguém parecido com ele."












































Mas o homem confirmou: "Sou eu mesmo".

Eles interrogaram: "Como você conseguiu enxergar?"

"Um homem chamado Jesus fez uma mistura, esfregou-a nos meus olhos e disse: 'Vá a Siloé e lave-se ali'. Eu fiz o que ele disse. Lavei-me e comecei a enxergar. :)"

"Então onde ele está?".

"Eu não sei".

Eles levaram o homem aos fariseus, porque o dia em que Jesus fez a mistura e curou a cegueira dele era sábado. Os fariseus o interrogaram de novo, para saber como ele havia conseguido enxergar. Ele respondeu: "Ele pôs uma mistura em meus olhos, eu me lavei e agora vejo".

Alguns fariseus resmungaram: "Obviamente, esse homem não pode ser de Deus. Ele não guarda o sábado! ¬¬".

Outros argumentaram: "Como um homem mau pode realizar milagres, atos que revelam o próprio Deus?". Assim, houve divisão entre eles.

Eles voltaram a interrogar o cego: "Você é o perito aqui. Ele abriu os seus olhos. O que você tem a dizer sobre isso?".

Ele disse: "Ele é um profeta".

Os judeus se recusavam a acreditar que aquele homem havia sido cego a vida toda. Então, chamaram os pais do homem que agora enxergava muito bem e perguntaram: "Este é o filho de vocês, o que vocês dizem que nasceu cego? Então, como ele pode ver agora?".

Seus pais disseram: "Sabemos que ele é nosso filho e sabemos que ele nasceu cego. Mas não sabemos como veio a enxergar - não temos a menor idéia de quem abriu os olhos dele. Por que não perguntam a ele? Já é adulto, pode falar por si". (Os pais dele falaram assim porque tinham medo dos líderes judeus, que haviam determinado que quem afirmasse que Jesus era o Messias seria expulso da sinagoga. Foi por isso que os pais disseram: "Perguntem a ele. Já é adulto".)

Eles convocaram o ex-cego segunda vez e disseram: "Dê o crédito a Deus. Sabemos que aquele homem é um impostor".

Ele replicou: "Não sei nada sobre isso. Mas de uma coisa eu tenho certeza: eu era cego... e agora vejo".

Eles perguntaram: "Como ele fez isso a você? Como ele abriu seus olhos?".

"Já contei mais de uma vez, e vocês não ouviram. Por que querem ouvir de novo? Querem se tornar discípulo dele?".

A resposta deixou-os furiosos: "Discípulo dele é você; nós somos discípulos de Moisés! Temos certeza de que Deus falou a Moisés, mas não temos ideia de onde saiu esse homem".

O homem respondeu: "Impressionante! Vocês alegam não saber nada a respeito dele, mas o fato é que ele abriu meus olhos! É fato bem conhecido que  Deus não age por meio de pecadores, mas ouve quem vive em reverência e cumpre sua vontade. Ninguém jamais ouviu falar de alguém que tivesse aberto os olhos de um homem que nasceu cego. Se esse homem não viesse de Deus, não seria capaz de fazer nada".

Eles disseram: "Você não passa de um zé-ninguém! Como ousa nos ensinar?". Então, correram com ele dali.

Jesus soube que eles o haviam expulsado. Procurou por ele e o achou. Então, perguntou: "Você acredita no Filho do Homem?".

O homem disse: "Senhor, mostre-o para mim, para que eu possa crer nele".

Jesus disse: "Você está olhando para ele. Não reconhece minha voz?".

"Senhor, eu creio!", exclamou o homem, e o adorou.

Jesus, então, disse: "Vim ao mundo para pôr tudo às claras, para estabelecer as distinções, de modo que quem nunca viu possa ver e os que têm a pretensão de ver pareçam cegos".















Alguns fariseus casualmente ouviram a conversa e indagaram: "Você está nos chamando de cegos?".

Jesus disse: "Se vocês fossem realmente cegos, não teriam culpa, mas a partir do momento que se declaram capazes de enxergar se tornam responsáveis por seus erros".


























Livro de João capítulo 9 - Tradução de Eugene H. Peterson
Ilustração de Jeremy Mohler

Rapidinhas | 0047

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Em um reino mentiroso a verdade é incomum.
Em um reino verdadeiro a mentira é incomum.

O Diário de Adão e Eva

domingo, 27 de novembro de 2011

(Autor: André Filipe, Aefe)


Recentemente, foi encontrado na região da Mesopotâmia, dois documentos muito antigos, separados, que alguns estudiosos julgam crer terem sido escritos, em separados mas concomitantemente, pelos pais da humanidade Adão e Eva, no decorrer de suas vidas, como um diário, os primeiros da humanidade. Após tradução, e organização dos documentos em ordem cronológica, juntando os dois “diários”, ficou assim:

ADÃO:

No princípio criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia, até que eu abri os olhos e houve luz. E que luz. Fechei o olho rapidinho de tão forte que era. Cerrei os olhos e fui abrindo devagar até que aquela luz amarela foi tomando a forma das nuvens, dos pássaros, do céu azul. Eu vi que tudo quanto Deus havia feito era bom.

Passei por todo o jardim, tudo bom, as árvores, frutas, corri muito, aprendi a gritar do alto do monte e pular na água. Foi só depois que nomeei tudinho, escrevendo numa folha de bananeira.

À tarde, observando os animais, bateu uma tristeza porque eu não tinha para quem contar o quanto eu estava feliz. Daí tive uma ideia, peguei um pouco de barro e moldei um homem semelhante a mim… Foi neste momento que o Senhor passeava por ali, e quando o vi, corri de medo, não se porquê. Corri muito, que nem um doido. Tanto que me bateu um sono profundo, que cai na grama por muito tempo. Acordei com a sensação de um sono muito bom. Quando olhei para o lado, havia um outro alguém diferente e pulei de susto.

Quem é você? – perguntei.

EVA: Não sei… acho que eu sou você.

ADÃO: Mas você é diferente.

EVA: Então eu sou você diferente!

ADÃO:

Fiquei muito feliz porque mais que alguém igual a mim, alguém igual mas diferente é tudo o que eu sempre quis. Tratei de arrumar-lhe um ramo de flores, que deixou ela muito feliz, depois apresentei ela ao mundo, dando os nomes, e depois ensinei-lhe um jogo na água e nos divertimos muito.

À noite, ensinei-lhe o nome das estrelas. Houve tarde e manhã o sexto e melhor dia da minha vida.

EVA:

Quando acordei, Adão dormia e observei curiosa. Quando ele acordou, trocamos algumas palavras, e ele me pareceu estranho. Arrancou as pobres plantas da terra e me deu. Fiquei constrangida sem saber o que fazer com aquilo, mas agradeci com um sorriso.

Depois ele me levou para conhecer o mundo… Andamos muito e ele mal percebia que eu já estava morta de cansada, além do mais, achei tão feio os nomes que ele colocou que devo me lembrar de renomear tudo de novo.

Depois fomos para o lago brincar de um jogo bobo que ele me ensinou, mas mesmo assim nos divertimos muito.

À noite, eu estava exausta. Nos deitamos na grama e ele não parava de falar. Não prestei atenção, só me recordo da deliciosa sensação de deitar junto dele, antes de dormir.

Depois daquele dia, tudo andava muito bem. Passeávamos juntos, conversávamos muito. Às vezes ele prestava atenção. Riamos e brincávamos juntos. À noite, dormíamos descansados sobre as estrelas. Até que um dia, quando caminhávamos por uma vinha, ele sumiu! Fiquei sozinha o dia inteiro!.

ADÃO:

Os dias andavam meio pacatos, até que aconteceu: enquanto caminhava por uma vinha, uma serpente passou por mim, e quando fui pegá-la, ela me escapou. Corri atrás dela, e sempre que eu quase a pegava, ela escapava e sumia. Ficava procurando, investigando e buscando meios de capturá-la. Fiz isso a tarde toda.

Quando cheguei em casa, eu estava exausto e a Eva não parava de falar, tagarelando o tempo todo. Então saí e fui dormir na árvore, pois precisava de paz para pensar numa estratégia para pegar a serpente.

EVA:

Esperei ele a tarde toda. Fiquei preocupada, queria saber se algo havia acontecido com ele. Fiquei sozinha o dia inteiro. Quando ele chegou, ele mal prestava a atenção em mim, e sem falar nada, foi embora.

No outro dia, a mesma coisa. Fiquei a tarde inteira sozinha. Com raiva pelo horário que ele chegou, fingi estar dormindo. Então ele se deitou e nem teve a curiosidade de saber se era verdade!

ADÃO:

Hoje, inventei uma nova forma de capturá-la. Um engenho com galhos, pedras e cipó. Tentei a tarde inteira com inúmeras frustrações. Cheguei arrasado em casa. Queria contar à Eva, mas quando cheguei ela estava dormindo! Dormindo antes de mim! Fui dormir enfurecido.

No outro dia, mais frustrações com a serpente. Não importava o quanto rápido eu fosse, quantas armadilhas eu fizesse, nada me fazia pegá-la.

Cheguei em casa mais cedo e encontrei-me com Eva, que estava estranha. Compartilhei com ela as minhas frustrações e ela disse ter encontrado um fruto que me ajudaria a dar conhecimentos e habilidades para pegar a serpente. Iremos até a árvore amanhã pela manhã.

EVA:

Mais uma vez, esta tarde, Adão me deixou sozinha. Cansada de esperar, tomei uma decisão, fazer outro Adão de barro. Peguei o barro, passei a moldá-lo, fazendo as alterações que eu achava necessárias. Quando terminei, não consegui fazê-lo viver, então, uma serpente apontou-me um fruto que me daria poder suficiente para fazer o barro viver. Comi do fruto, e quando voltei para casa, Adão estava lá e amavelmente chorou ao meu ombro, contando suas frustrações. Tenho certeza que o fruto o ajudará no que precisa.

ADÃO:

Houve tarde e manhã e fomos expulsos do paraíso para um lugar hostil, terrível. Eu sinto cansaço, não tenho mais fôlego para correr. Me sinto tão fraco. Tenho vergonha de Eva, pois não consigo dar a ela o que precisa. Chorei por 3 dias. Fujo pelas matas e só vou para casa quando tenho certeza que ela está dormindo. Quase não nos falamos.

Ela está diferente, engordou. Estou com medo.

EVA:

Tudo mudou muito desde que fomos expulsos. Não há mais comida em abundância e preciso buscar eu mesma a comida, pois o Adão some e eu mal sei do seu paradeiro. Eu colho frutos, caço, cozinho. Fiz uma cabana por causa das chuvas fortes. Sinto-me enjoada, e minha barriga cresceu. Sinto batidas. Era estranho. Até que após dores muito fortes, tive dois meninos lindos.

Com o nascimento dos garotos, minha esperança estava toda neles, pois Deus havia dito que nossa salvação viria de meus descendentes.

Por outro lado, os trabalhos dobraram e Adão mal quis saber o nome dos meninos.

ADÃO:

Eva teve dois filhos nossos. Isso me traz muita esperança. Não quero nem me encontrar com eles. Vou observá-los crescer e nos salvar como Deus prometeu. Toda minha esperança de salvação agora está nos nossos filhos.

EVA:

Os meninos estão grandes, estão crescendo, mas Adão mal fica com eles, não lhes ensina sobre Deus. Tenho dito a ele que, não é porque Adão não teve pai, que nossos filhos não poderiam ter um. Mas ele não me ouve!

ADÃO:

Uma coisa terrível aconteceu! Já não bastasse tudo o mais. Um dos nossos filhos matou o outro e fugiu! Perdemos os dois filhos de uma vez, e toda a nossa esperança. Tenho pensando que esta história de salvação era conversa fiada do Criador. Creio que não há mais salvação para nossos filhos.

Eva está arrasada e não olha mais para mim. Só chora. Essa é a grande diferença entre nós: enquanto as mulheres choram, os homens trabalham. Agora eu caço e colho frutos durante a tarde toda. Quando eu chego, Eva cozinha a carne, mas comemos calados e sem nos falar. Acho que ela está grávida novamente.

EVA:

única anotação: pode existir dor maior para uma mãe que o de perder um filho? Sim, a de perder um filho pelas mãos do outro filho.

ADÃO:

Eu e o Sem, meu filho, saímos às tardes e tem sido muito bom. Tenho lhe ensinado a caçar e colher frutas e ele aprende com muita inteligência. É um ótimo caçador. Tenho certeza que ele será um homem melhor do que eu.

EVA:

Adão tem sido um bom pai para Sem. Eles chegam da caça e jantam juntos e depois ainda conversam bastante. Eles tem me dado muito orgulho.

Sem já escolheu sua mulher dentre suas primas e logo deverá nos abandonar. Eu e Adão estamos envelhecendo…

Última anotação de EVA:

Ontem Adão me deixou para sempre. Andava doente e cansado dos dias. Por causa disso, antes de partir, pediu que reunisse toda a família, todos os filhos e filhos dos seus filhos. Reunimos uma imensidão de filhos e a família estava enorme. Adão e eu ficamos muito emocionados.

Então, após rever todos os nossos filhos e as famílias que eles formaram, ele pediu para subir em um monte afim de dar sua última palavra. Ele disse que estava em débito com a família por conta de algo muito importante.

Falou sobre o amor de Deus, o Criador. Lembrou do Éden, e de tudo o que Deus havia criado para nós. Depois disso, pediu perdão em meio às lágrimas aos seus filhos pelo seu pecado original, e nos contou do grande perigo de afastar-se de Deus para outros propósitos. Falou que a vida só valia a pena se adorássemos a Deus, e que apesar de todos os nossos erros e nossas inabilidades, Deus continua conosco, e providenciou salvação para todos nós, através do seu descendente, a quem deveríamos todos esperar com muita expectativa. Pediu a todos os seus filhos que se lembrassem de Deus e que reconstruíssem o mundo após o estrago que havia feito, afastando-se da maldade e se tornando imagem e semelhança de Deus.

Quando acabou todos estavam chorando, orando e adorando a Deus. E contavam uns aos outros aquela história.

No início da noite, depois que nos despedimos de todos, Adão me levou no lago e lá pediu desculpas por não ter estado ao meu lado sempre que precisei.

Ficamos os dois em silêncio, e, com os rostos refletidos no lago, junto às estrelas, como se Deus, satisfeito, estivesse espiando a nós dois, perguntei a ele:

- Quem é você?

- Não sei, acho que sou você.

- Mas você é diferente.

- Então sou você diferente.

E deitei em seu ombro.

Vi então que tudo quanto Deus fizera era muito bom!

Mais postagens de André Filipe, Aefe: http://imagemesemelhanca.org/

O hotel, a torre e o quarto | A.V. 5

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

(Autor: Rodrigo Maia)
<< Episódio anterior









Terminei de atravessar a ponte e cheguei em um bairro chamado Estação. Acho que tinha esse nome por causa da estação e da maria fumaça que tinha no fim da rua.

Era uma rua bem larga dividida em outras três por uns canteiros de grandes árvores. Alguns canteiros tinham uma mão de pedra gigante parecendo proteger aquela fileira de árvores.

Fui seguindo as placas até chegar em uma rua que era paralela ao trilho da Maria Fumaça. No finzinho da tarde chuvosa, logo vi uma torre bem alta encoberta por nuvens, vi também a entrada para o hotel. Limpei os pés, fechei o guarda-chuva e logo entrei no hotel, que era aparentemente normal. Estava com cheiro de grama molhada lá dentro, tinha também algumas plantas, um chão xadrez, mas eram losangos ao invés de quadrados. O teto era bem alto e tinha uma escada de madeira bem grossa. Tinha também um mural com eventos, fotos e cartaz. Fui ao recepcionista vestido de vermelho com um chapéuzinho engraçado perguntar como era o pagamento, preços e afins.

O recepcionista me cumprimentou e tirou de baixo do balcão uma tabela de preços. Vi vários preços parecidos, mas no segundo andar tinha um quarto absurdamente barato. Perguntei se o preço estava certo, e ele me respondeu: -Claro!

Eu: -Mas porque esse é tão barato?

O recepcionista pegou o óculos que estava pendurado no pescoço, olhou franzindo a testa e apontando o dedo na tabela me respondeu: -O senhor já viu esses outros quartos do mesmo andar? Estão com preços ótimos.

Bom, como não sou um cara rico, respondi: -Acho que vou querer esse quarto barato mesmo.

Aí meio assustado, o recepcionista me disse: -Acredite em mim. Não vai querer ficar lá.

Bom, pera aí? Desde quando um hotel nega um quarto pro seu cliente? Só se esse recepcionista for um sabotador contratado pela concorrência. Pensei isso e logo perguntei porque eu não iria querer esse lugar, e ele olhando pra mim com o óculos escorregando pelo nariz me disse: -Posso te contar vários relatos de hóspedes que passaram a noite lá.

Em meio ao som da chuva e clarões de relâmpagos, pensei comigo: -hmmm deve ser coisa desses hotéis de cidade turística..

Falei para ele que não precisava contar porque eu iria ficar ali mesmo, no quarto barato. O engraçado é que quando falei isso deu uma trovoada forte. Parecia coisa de terror. Pensei comigo: Nó! Nunca mais... (rs)

O recepcionista pega a chave empoeirada daquele quarto  e respira bem fundo como quando alguém prepara para dar um discurso. É, ele parecia bem afim de contar as histórias.
... eles podiam ouvir risadas de crianças, mas os relatos mais antigos dizem ter ouvido um choro de um bebê.
Bom, ele me disse a história de uma bela jovem ruiva vestida com algo que parecia uma camisola que aparecia no segundo andar pedindo ajuda para tirá-la de lá, porque o pai dela precisava lembrar quem ela era. Depois disso ela desaparecia. O recepcionista me disse que isso tem se repetido nos últimos 10 ou 15 anos, não me lembro. Antes disso, eles podiam ouvir risadas de crianças, mas os relatos mais antigos dizem ter ouvido um choro de um bebê.

-Ah e também já ouviram som de espadas, gritos e...

Interrompi o recepcionista dizendo: - Errr.. estou um pouco cansado moço. Acho que não vou ver nada de tão cansado que estou. Por favor, me dê a chave desse quarto.

Poxa, para minha surpresa ele silenciou e me deu a chave sem alterar o preço, ou seja, de fato o preço daquele quarto era barato.

Virei e me deparei com um hóspede que me disse logo: -Você não tá achando que é um mito para atrair turistas, está?

Respondi meio sem graça para aquele hóspede asiático de olhos puxados: -Hmmm, eu acho que sim...

O asiático me disse com uma convicção com um tom de fanático, como se estivesse defendendo um herói de gibis: -Não! Se fosse um mito ele não cobraria tão barato.. eu desisti de aluga-lo quando pensei nisso...

Eu: -Mas eu estou cansado, já estou vendo coisas desde a ponte desse bairro...

Um hóspede mais idoso gritou: -Zé menininho? É ele que você viu?

Eu virei e vi um velhinho andando bem engraçado com uma bengala em minha direção de chapéu dos anos 50 com um óculos fundo de garrafa e virando lhe disse: -Zé quem?

Velho da bengala: -É! Quando a gente vê ele embaixo da ponte, ele pula no rio.

Eu: -Não! O que eu vi era bem mai..

Ops! O que eu to fazendo? Eu não deveria ter comentado isso, porque eu até então estava cético. Não acredito que eu ia falar que vi um monstro gigante. ¬¬

Mas quando pensei gigante, alguém falou a mesma palavra enquanto pensava. Era uma senhorinha de cadeira de rodas sendo empurrada por uma garotinha pelo corredor.

Senhorinha: -Você viu só essa criatura, mais nada junto com ela?

Fiz uma cara de ‘hã’ e ‘não é possível’...

Senhorinha: Quando o vi, vi logo em seguida um grande navio passando por cima da ponte...

Logo chega uma mulher tomando o lugar da garotinha dizendo: -Já chega mamãe, deixa o moço em paz, depois você conta suas lendas.

E foi empurrando a senhorinha que tentando virar para trás gritou para mim: -Meu marido está naquele navio! Eu ouvi ele me chamar de lá! Era ele! Era ele! Era ele!

Olhei para os outros perto e todos estavam com uma cara espantada. Pedi licença para todos e peguei meu guarda-chuva com minha mochila para subir as escadas. Quando me virei senti algo agarrando minha perna e: -Ueeei!!

Levei um susto meio tímido, mas quando vi era a garota que empurrava a senhorinha. Ela deu uma risada por causa do meu susto e fiquei mais tranquilo em ver aquele sorriso de criança com alguns dentes crescendo e outros faltando. Ela me disse: - Minha vó disse para dar isso pra quem fosse dormir no quarto 203, que um dia você iria entender.

Eu vi que era um colar com um pingente com fotos. Não tinha como falar não para aquela garotinha, então agradeci e peguei o colar. Assim que peguei, ela saiu correndo toda espoleta para trás da perna da mãe com a mão na boca olhando timidamente para mim. Em seguida vi a avó de cadeira de rodas que chegava perto dela para fazer um cafuné.

Olhei para o colar, guardei na mochila e respirei dando aquela olhada pra cima com cara de ‘ai ai’. Comecei a subir a escada e ainda ouvi alguém gritar: -Boa sorte!

Eu agradeci sem ver quem era e continuei subindo.

Cheguei pelo corredor escuro ao temível quarto 203.

Continua...

--


Episódios
1º Temporada - Contos da Aldeia Vila Verde: 

Ep. 5: O hotel, a torre e o quarto << Você está aqui



Ilustrações de Águas do Viana

domingo, 20 de novembro de 2011







  1. Correndo no carro Episódio ?
  2. Ponte da estação - Episódio 4
  3. Velho Homem - Episódio 4
  4. Garotinha - Episódio 5
  5. Balão - Episódio 8

Gênesis sob a lupa e o telescópio

sábado, 19 de novembro de 2011

“Eu advirto: esse texto não é uma coleção de argumentos, mas sim, uma compilação de fatos no mínimo curiosos.”




Estima-se que no universo existam 100 bilhões de galáxias. Em cada galáxia, 100 bilhões de sóis. Em torno de cada sol, 100 bilhões de estrelas. Somente na Via Láctea existem mais ou menos 100 bilhões de buracos negros. (veja esse video: .) Andrômeda gira a uma velocidade de 322.000km/h. Na Via Láctea, encontraram um planeta que está a uma translação de 110.000km/h e uma rotação de 1600km/h. Esse planeta se chama Terra.

O nosso sol produz 4 milhões de toneladas de energia por segundo. Em 11 anos a Terra só utiliza 0,1% de toda essa energia produzida por ele, nesse mesmo periodo de tempo(11 anos). A Terra é um dos únicos planetas de eixo inclinado do sistema solar(23,5 graus), devido a gravidade do sol e da Lua.Se a Terra não fosse inclinada teriamos o efeito “preso por maré”, onde um lado da Terra estaria sempre voltado pro sol e outro lado voltado sempre para a sombra, impossibilitando a vida humana. Qual a probabilidade de um astro do tamanho exato da lua entrar na órbita de um planeta infimo como a Terra, simplesmente porque teve “vontade”, para dar esse puxãozinho gravitacional no eixo da Terra?

Nossa atmosfera possui 21% de oxigênio. 22% , seu mouse pegaria fogo enquanto voce clica nele agora. 20%, seus pulmões não durariam muito tempo. A salinidade do seu sangue está em torno de 3,4%. Mais do isso, você provavelmente seria uma aberração. Menos do que 3,4%, complicações severas seriam previsíveis também. Curiosamente, 3,4% é a mesma salinidade dos oceanos que permite toda a existência de espécie de vida marinha que alimenta boa parte da biosfera, através das teias alimentares gigantescas. A distância do sol até a terra é de 150 milhões de quilômetros. 151 milhões, vida inviável por excesso de temperatura, grandes instabilidades atmosféricas relacionadas a pressão e umidade e desníveis de porcentagem de dos gases essenciais à vida. 149 milhões, vida inviável pelos mesmos motivos, com excessão de um friozinho potente sobre a sua cabeça.

As células do olho humano se resumem em 110 milhões de células tipo cones e 10 milhões de tipos bastonetes que trabalham juntos para captar a luz refletida pelo seu monitor que está diante e você. Todas elas estão interligadas a mais de 1 milhão de fibras nervosas microscópicas, sendo estimuladas contantemente enquanto você lê ISSO. No seu coração existe uma estrutura chamada Nó Sinotrial. É por causa dele que voce não morre enquanto está sentado na frente do computador rindo ou chorando de tristeza das bestialidades do mundo evangélico que fazemos questão de denunciar aqui. Seu cérebro é capaz de fazer em torno de 1 trilhão de sinapses enquanto você está digitando o endereço deste blog na barra de endereços. Em 2 segundos que se passaram sua medula óssea foi capaz de produzir de 2 a 10 milhões de hemácias.

Neste momento você já deve ter produzido em torno de 100 milhões de glóbulos vermelhos no seu fêmur onde está apoiado o seu notebook. Seu corpo é formado por uma média de 100 trilhões de células. Um DNA esticado possui quase 2 metros de comprimento (o tamanho da porta do seu quarto, isso mesmo), muito bem organizado dentro de uma bola gelatinosa e microscópica. Você consegue ir e voltar 250 vezes até a lua, se esticar todos os DNAs de todas as células do seu corpo. Pra quê foguete? Use a escada oras.

Para ver um átomo que forma uma única molécula da sua célula, a olho nu, seria necessário que você tivesse 255.000 km de altura; A proporção é mais ou menos a seguinte: a terra está para uma laranja, como uma laranja está para um átomo.

É fato: existem coisas estranhas, boas e misteriosas acontecendo o tempo inteiro, que nem percebemos durante nossa vida. Vivo me perguntando. “Porque existe tudo em vez de nada?”. O Cris que me responda depois de ganhar o diploma de filosofia.


Fonte:http://crentassos.com.br

O ateísmo lúcido de Lovecraft

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

(Autor: Paulo Brabo)

Meu professor de redação H. P. Lovecraft, de quem herdei o vício de abusar de adjetivos, era um ateu convicto, ocasionalmente militante. A mesma convicção materialista que o fez eliminar dos seus contos de terror qualquer traço do sobrenatural levou-o a duvidar de todas as manifestações tradicionais de religião. Sua histórias não são povoadas por vampiros, fantasmas ou assombrações, e pelo mesmo motivo no seu universo não há espaço para Deus ou para intervenções sobrenaturais1. Tudo no cosmos é gerado pelo acaso, e este domado apenas pelas leis cegas da física. No grande contexto do universo, a vida orgânica na terra não passa de “um acidente minúsculo e temporário”, sendo a própria humanidade “um acidente ainda menor e mais temporário”.

Essas convicções, mais ou menos populares hoje em dia, estavam longe de serem comuns na década de 1930, a última do autor. Acho particularmente notável, no entanto, que a grande reserva que Lovecraft encontrou para apresentar contra o cristianismo não foi o fato de a fé cristã pressupor um universo sobrenatural que contrariava sua visão de mundo materialista. Sua indignação era ao mesmo tempo mais profunda e mais lúcida2:

O cristianismo não tem como ser levado a sério. É ingênuo e anticientífico culpar o mundo por não se conformar a ele – visto que se trata de uma ilusão quimérica e poética totalmente alienígena à natureza humana. [O cristianismo] é absurdo, porque nenhuma raça ou nação poderia (ou deveria) jamais chegar a conformar-se a ele.

E basta este trecho para Lovecraft se mostrar mais agudo e inclemente do que Richard Dawkins ou qualquer outro ateu militante da nova geração. Em particular, Lovecraft enxerga que o cristianismo é uma ameaça para o conceito de raças e nações justamente por propor um ideal elevado demais, um sonho de fraternidade aparentemente impraticável e “totalmente alienígena à natureza humana”.

Ao contrário dos ateus militantes contemporâneos, ele sabe avaliar o verdadeiro peso do seu adversário. Para Dawkins, o cristianismo é uma ameaça à civilização por ser uma religião como as outras; para Lovecraft, é uma ameaça justamente por não ser uma religião, já que as religiões tendem a apoiar e legitimar o estado de coisas. Para Dawkins o cristianismo é um risco perene porque recusa-se a reconhecer a natureza última da realidade; para Lovecraft, ele é um risco porque sonha teimosamente poder alterá-la. Para Dawkins, o cristianismo é uma ameaça por patrocinar a injustiça; para Lovecraft, é uma ameaça por sonhar uma justiça excessiva: por ser uma intransigente ingenuidade e uma declarada insensatez, uma poesia que pode transtornar o mundo se raças e nações não resistirem ao apelo evangélico de conformarem-se a ela. Para Dawkins o escândalo está em, diante de todas as evidências, o cristianismo recusar-se a reconhecer que não há céu; para Lovecraft está em, diante de todas as improbabilidades, o cristianismo insistir em implantá-lo na terra.

Dos dois, só Lovecraft sabe do que está falando.


Leia também:
Wells encontra Jesus

NOTAS
  1. “O que posso dizer é que acho tremendamente improvável que exista qualquer coisa como uma vontade cósmica centralizada, um mundo espiritual ou a sobrevivência eterna da personalidade.” Carta de 16 de agosto de 1932 a Robert. E. Howard. [↩]
  2.  Carta de 14 de dezembro de 1932 a Elizabeth Toldridge. [↩]

Fonte: http://www.baciadasalmas.com

180, o filme – 33 minutos que mudarão sua opinião sobre aborto

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A Living Waters produziu recentemente um documentário fantástico sobre aborto. São 33 minutos que farão você pensar sobre o assunto. Cabe lembrar que o filme possui algumas cenas fortes, então recomendamos cuidado. Por fim, esperamos que você valorize a vida humana ainda mais após vê-lo.

ATENÇÃO: você precisa ativar a legenda do Youtube em português para poder vê-la. Clique na imagem ao lado para mais instruções.

Rapidinhas | 0046

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O evangelho segundo Luan Santana:

Jesus disse: "Te dei o sol, te dei o mar
Pra ganhar seu coração.
(...)
Tão veloz quanto a luz
Pelo universo eu viajei."

E Luan Santana disse: "Vem! Me guia, me conduz,
Que para sempre te amarei."

--

Tudo tem um encaixe perfeito em Deus, pois Ele é o protagonista. :)



O velho homem - AV [iv]

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

(Por Rodrigo Maia)
<< Episódio anterior


Foto tirada por Dadah Maia em Águas do Viana


Roger
(eu): "Depois de tanto estudar e trabalhar, chegou a tão esperada férias. Resolvi sair para conhecer uma nova cidade, porque gosto muito de sair fotografando novos lugares(...) Bem cedo cheguei a um lugar de grandes colinas(...)conhecido popularmente como Terra das Águas."

Sr. Divino (Velho da aldeia): "Vc deveria conhecer melhor essa cidade. Na verdade ela é um mundo novo, cheio de coisas diferentes para descobrir."



Roger: "Claro que fiquei desconfiado, afinal cidades de interior sempre inventam histórias para ter turismo (...)"



Sr. Divino: “A Montanha Sagrada fica perto daqui, (...) no bairro maish antigo da cidade (...)"



Roger: "E para onde vou é numa cidade vizinha chamada Águas do Viana."



velho_homem_by_rodrigo_maia.jpg

Saindo da lojinha de Seu Divino, levantei minha mochila pra me abrigar quando ele me cutucou dizendo:
“Leva esse guarda-chuva, quando parar de chover vc me traz de volta.”
Eu não quis incomodar, mas ele insistiu e eu agradeci depois.
Pensei comigo: “Puxa não queria voltar lá... quero ir de manhã nessa tal de Montanha Sagrada e fotografar esses insetos”.


Logo tirei do meu bolso de trás um bloquinho para anotar o nome dessa lojinha (tinham várias lojinhas parecidas com telhados verdes). Então anotei o nome da loja. 

Olhei pra ver se estava certo o nome e me virei para ir em busca de algum hotel para ficar, mas quando me virei, me deparei com um velho homem baixinho, com uma grande barba branca meio amarelada, careca, segurando seu chapéu com as duas mãos na barriga e me olhando com uma cara de curioso. Já fui logo balbuciando palavras dizendo que não tinha moedas trocadas para ele, ou o que quer que seja o que ele queria, pois estava chuviscando e eu queria logo sair da rua, mas ele me interrompeu perguntando de forma estranha:

"Onde vais filho de Guataguazes?"

Fiz uma cara de 'hã' e fui andando ignorando-o, mas o velho começou a andar junto comigo e insistindo me perguntou:
"Você não precisa de ajuda para fotografar este lugar?"

Parei de andar e olhei para atrás em direção ao chão a esquerda e fiquei perplexo: "Como...?"
Velho Homem: "Não precisas pagar, comigo vais mais rápido... Pra quê pesquisar lugares? Já conheço tudo por aqui.. os atalhos, saídas e entradas.."

Fiquei tentado em aceitar, pois ele tinha uma voz persuasiva, bem convincente. Mas fiquei com o pé atrás por ele saber o que eu queria fazer e também minha mochila estava realmente pesada, precisava descansar, carregar a bateria da câmera e comer algo. Bom, me virei de frente para ele e comecei a explicar isso, mas ele me interrompeu de novo: "Ouvistes acerca da Montanha Sagrada? Certamente ouvistes falar."
Respirei pra responder, mas logo ele continuou: "Sabes do Vale dos Pinheiros? Que tal Solar dos Lagos? De certo não lhe disseram sobre o lugar chamado Porta do Céu, disseram?"
Pensei comigo: "Puxa, onde esse cara quer chegar? O que ele quer realmente"

Velho Homem: "Mas nenhum lugar se compara ao que encontrarás na Montanha Sagrada..."

O velho me alugou mesmo, precisei parar de dar ouvidos a ele e ainda por cima a chuva estava apertando. Até passou em minha cabeça em dar carona pra ele no meu guarda-chuva, aliás é uma coisa que deveríamos começar a fazer mais. Olhando aquele velho charlatão achei que não valeria a pena. (haha)

Deixei o velho homem falando sozinho e dando lhe as costas acelerei os passos para poder seguir minha vida em frente.

(Se um dia vc se deparar com ele, espero que faça o mesmo.)

Acelerando pensei: "Não posso perder o foco...Bom, o que estava procurando mesmo? Ah! Um hotel!"

Caminhei e olhei várias placas, mas os hotéis do centro da cidade me pareciam ser caros, na verdade nem conferi os preços, só julguei. Isso me levou a procurar uns hotéis mais distantes, esses de bairros.

Andei mais um pouco e vi placas com vários nomes, mas algumas construções me chamaram a atenção, era a prefeitura e o fórum da cidade. Elas tinham uma arquitetura diferente. Andei até lá para ver de perto, mas como estava chovendo ficava meio difícil de ver perfeitamente. No meio desse momento de apreciação um estrondoso trovão grita junto com aquele clarão que consequentemente fez uma placa na rua de cima brilhar. Subi as escadas para ver e logo selecionei dentre os vários nomes Hotel Torre Alta. "Agora tá ficando bom" - pensei comigo.

Vi que tinha uma pequena ponte adiante e caminhei até ela.

Antes fosse só a chuva, mas começou aparecer uma neblina perto dos rios da cidade no final daquela tarde.
Estava ficando meio escuro quando comecei a atravessar a ponte. Quando estava chegando no meio da ponte, meu tênis desamarrou e por isso me abaixei com o guarda-chuva preso no pescoço para amarrar. De repente vi que a neblina ficou mais densa e a chuva parou. Um som estranho escutei. Como se fosse aquele brinquedo da barca dos vikings de parque de diversões misturado com um som de baleia, mas o som parecia bem distante. 

Escutei um barulho de madeira rangendo, como aqueles sons que ouvimos em filmes de piratas. Logo escutei um som de alguém ou algo saindo da água, mas saindo com muita violência. Agachado no chão senti uma gota grossa cair na minha nuca, logo depois caiu outra na minha mão esquerda, em seguida continuou caindo pela calçada e quando as gotas começaram a atravessar a rua até a outra calçada, senti que uma sombra passava por mim, me levantei deixando o guarda-chuva cair e logo olhei para cima, foi quando vi um vulto enorme escuro, que tive a impressão de ter visto um olho brilhante, mas tudo isso que estou descrevendo aconteceu muito rápido, só que para mim parecia que era em slow motion. Por cima, este vulto atravessou para o outro lado da ponte e caindo no rio fez um barulho que nunca ouvi. Era como se fosse aquele amigo seu gordinho pulando na piscina, mas com o som bem amplificado! Logo depois voltou a chover. 


Fiquei ali parado uns instantes tomando chuva...
Parei...
Pensei...
Olhei para trás...
Olhei para cima...
Fiquei parado...


"Aaaa, vc tá te brincadeira comigo.. Preciso dormir"

Peguei o guarda-chuva, minha mochila e fui embora tentando me explicar o ocorrido cientificamente. Pior que sempre fazemos isso quando não queremos entender algo que foi relativamente claro.
Mas mesmo assim, preferi esquecer e seguir adiante...

É! Esquecer entre aspas né? Comecei a ficar mais curioso e ao mesmo tempo com medo da cidade.

[Continua]

No próximo episódio...

"Cara que hotel muito locooo! E sinistro tbm! O recepcionista parecia bem afim de contar histórias de outros turistas que estiveram lá(...)
Perguntei para um dos hóspedes que encontrei no caminho: "O que é aquela torre afinal?"
O hóspede disse: "Não tenho certeza, mas alguns amigos que já estiveram aqui me disseram que lá..."
Não perca!

Veja mais ilustrações do autor clicando aqui.

--


Episódios
1º Temporada - Contos da Aldeia Vila Verde: 

Ep. 4: O Velho Homem << Você está aqui